Na temporada de transferências do meio de 2025, uma nova tendência tomou conta do futebol europeu: o investimento pesado em jovens playmakers, atletas ofensivos, criativos e dinâmicos, em detrimento de reforços defensivos. Essa mudança está moldando a estratégia de diversos clubes de elite, revelando uma nova visão sobre como vencer jogos e conquistar títulos em um cenário cada vez mais competitivo e veloz.
A seguir, vamos explorar os principais nomes envolvidos, os clubes que lideram essa revolução, os aspectos táticos por trás das escolhas e o que isso representa para o futuro do futebol mundial.
A Nova Onda: Jovens de Ataque em Alta
Clubes como PSG, Liverpool, Manchester City, Arsenal e Real Madrid estão investindo fortunas em atletas com menos de 23 anos, com foco em jogadores que atuam nas pontas, como meias-atacantes e segundos atacantes. Esses jogadores são caracterizados por agilidade, visão de jogo, drible rápido e capacidade de decidir partidas com uma jogada genial.
Exemplo 1: Kvaratskhelia no PSG
O Paris Saint-Germain deu um passo ousado ao contratar Khvicha Kvaratskhelia, destaque do Napoli e da seleção georgiana, por cerca de € 70 milhões. Apelidado de “Kvaradona” pela torcida napolitana, o jovem é conhecido por seu estilo direto, habilidade em jogadas individuais e confiança em situações de pressão. Com a saída de Mbappé para o Real Madrid, o PSG aposta em um novo talento para liderar a próxima geração ofensiva do clube.
Exemplo 2: Florian Wirtz no Liverpool
O Liverpool desembolsou quase £ 116 milhões por Florian Wirtz, do Bayer Leverkusen. Com apenas 21 anos, Wirtz foi uma das peças fundamentais do time campeão alemão na temporada passada, demonstrando visão de jogo, passes precisos e finalizações mortais. Sua chegada ao clube de Anfield representa a continuidade de uma tradição de meias criativos e ofensivos, como Coutinho e Gerrard.
A Influência da Espanha na Euro 2024
Um fator determinante para essa tendência foi o sucesso da seleção espanhola na Euro 2024. Sob o comando de Luis de la Fuente, a Espanha conquistou o título com um estilo agressivo, baseado em pressão alta, transição rápida e ações ofensivas coordenadas. Jogadores como Lamine Yamal e Nico Williams demonstraram que juventude e qualidade podem coexistir no mais alto nível competitivo.
Os clubes europeus perceberam que o modelo espanhol era mais do que uma exceção. Era um prenúncio de uma nova geração de futebolistas que poderiam mudar o ritmo das partidas com criatividade e coragem.
Mudanças Táticas: O Fim da “Era dos Zagueiros”?
Durante a década de 2010 e o início de 2020, muitos clubes priorizaram contratações defensivas e a estruturação de sistemas táticos robustos, como o estilo de jogo de Diego Simeone no Atlético de Madrid. No entanto, a partir de 2023, essa visão começou a mudar.
Treinadores como Pep Guardiola (Manchester City) e Xabi Alonso (Bayer Leverkusen) começaram a enfatizar a ocupação ofensiva de espaços e o controle do terço final. Com isso, jogadores capazes de criar jogadas sob pressão e decidir em um contra um tornaram-se a prioridade.
Os Números por Trás do Investimento
Esse movimento também está impactando as categorias de base ao redor do mundo. No Brasil, por exemplo, clubes como Palmeiras, Fluminense e Atlético Paranaense estão adaptando seus programas de formação para focar em jogadores com perfil de playmaker. O resultado é o surgimento de nomes como Estêvão, Luis Guilherme e Matheus Gonçalves, já observados por olheiros europeus.
Na Argentina, o River Plate lançou recentemente um programa de desenvolvimento chamado “10 Moderno”, que visa formar jovens atletas com técnica refinada e tomada de decisão rápida no ataque.
O Que Esperar do Futuro?
Essa revolução ofensiva deve impactar não apenas o estilo de jogo, mas também o tipo de espetáculo que o torcedor consome. Jogos mais abertos, com mais gols e jogadas criativas, tendem a aumentar a audiência e, consequentemente, o valor de mercado das competições.
Com a ascensão de plataformas de streaming e transmissões digitais, o futebol está se adaptando ao público mais jovem, que busca emoção constante, craques carismáticos e jogadas de efeito. E não há perfil melhor para isso do que os jovens playmakers.
A temporada de transferências de 2025 não está apenas movimentando cifras milionárias. Ela está desenhando o futuro do futebol mundial. A aposta em jovens atacantes criativos reflete não só uma estratégia esportiva, mas também uma visão de entretenimento, branding e conexão com a nova geração de torcedores.
Em vez de apenas reforçar as defesas, os clubes estão apostando em brilho, invenção e emoção. Estamos testemunhando uma nova era, e ela pertence aos playmakers.